sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Corte no orçamento e inflação controlada permitem juros menores

 
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou na quinta-feira (16/02) que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2011 deve ficar em torno de 3%. “Um pouco mais ou um pouco menos”, destacou, ao comentar o resultado de Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia dos dados que serão anunciados em março pelo IBGE.

Os números divulgados ontem pela autoridade monetária apontam para um crescimento de 2,79%. Sem o ajuste sazonal, o índice fica em 2,72%. Mantega lembrou que o resultado é uma estimativa e o mais importante é que a economia este ano já dá sinais de aceleração. “Esse PIB já está ficando para trás e estamos caminhando para um PIB maior em 2012”, disse.

De acordo com o ministro, vários setores estão dando sinais de maior crescimento este ano, com desempenho mais lento no primeiro semestre e aceleração na segunda metade do ano. “No segundo semestre, deveremos ficar com um crescimento acima de 5%”, declarou. Ele citou como exemplo o setor industrial que, após apresentar desaceleração em setembro e outubro, já entrou na rota de recuperação.

Mantega afirmou que o País apresenta condições favoráveis para se manter nessa trajetória de crescimento. “A inflação está caindo e possibilita ao Banco Central ter uma política monetária mais flexível, o que já está ocorrendo”. Com isso, disse ele, o crédito tende a aumentar a taxas de juros menores.

O ministro voltou a afirmar que o orçamento destinado aos investimentos também ajudará a dinamizar a economia. “Temos cada vez mais recursos para as áreas habitacionais, como o ‘Minha Casa, Minha Vida’. Então, a trajetória em que nós estamos agora é de aceleração”, enfatizou.

Questionado sobre como será o comportamento da área fiscal ao longo do ano, ele ressaltou que o governo tem sido cada vez mais flexível, com redução de tributos que barateiam o custo da produção e do investimento e garantiu que essa política continuará.

O ministro considerou positiva a queda dos juros no mercado financeiro após o anúncio do corte de R$ 55 bilhões no Orçamento. A avaliação de Mantega é de que a reação mostra que o mercado leva a sério propósito de uma política fiscal responsável e sólida.

“Acho que o corte que anunciamos, que é grande, mostra que nossa trajetória vai ser perseguida neste ano e nos próximos. Isso abre espaço para juros menores, desde que a inflação esteja sob controle”, ponderou, ressaltando que todos os índices de inflação vem apontando declínio.

Ele lembrou que janeiro e fevereiro são meses em que, normalmente, a inflação é mais alta. Em janeiro de 2011, o IPCA (índice oficial) registrou alta de 0,83%. Já no primeiro mês deste ano, o indicador ficou em 0,56%. “Estamos com a inflação controlada e isso propicia um aquecimento da economia em condições equilibradas”, enfatizou o ministro.

Ele voltou a falar sobre as condições econômicas que permitirão crescimento de 4,5% em 2012. “Não temos um choque de commodities como tivemos no ano passado e ano retrasado, os preços não vão subir”, afirmou, referindo-se à inflação.

A alta no PIB para este ano será garantida, segundo Mantega, pois desde 2011 o governo tomou as medidas necessárias no intuito de reduzir o custo financeiro, aumentar o crédito e promover incentivos fiscais. “Ao longo deste ano, vamos ter os resultados desse conjunto de medidas que o governo tomou no sentido de acelerar mais a economia brasileira”.

Uma área sensível para a economia brasileira, na opinião do ministro, ainda é a importação. “Como a economia mundial está desacelerando, falta mercado de manufaturados, e os países estão desesperados para exportar os seus produtos”, disse. Ele lembrou que o governo tem tomado medidas de defesa comercial, como o IPI maior para os carros com baixo conteúdo nacional e o regime de salvaguarda em tramitação para os têxteis.

Ele reforçou que a indústria apresentará melhor desempenho este ano em função do câmbio favorável e dos juros menores e adiantou que o governo colocará linhas de capital de giro com custos menores.

Por Ministério da Fazenda
Sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

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