O reajuste para os policiais anunciado pelo governador de São Paulo,
Geraldo Alckmin, decepcionou policiais e delegados do Estado, que não
descartam a possibilidade de entrar em greve. Tanto o Sindicato dos
Delegados de Polícia (Sindpesp) quanto a Associação dos Delegados de
Polícia do Estado (Adpesp) alegam que a correção anunciada - 15%
retroativos a 1.º de julho e 11% em 2012 - está longe de repor a
inflação dos últimos anos e não tira São Paulo da condição de deter um
dos piores salários para a categoria do País.
De acordo com o presidente do sindicato, George Melão, a classe está
"revoltada" com o valor anunciado. O sindicalista afirma que a proposta,
que será enviada à Assembleia Legislativa no fim deste mês para ser
votada no início de agosto, não repõe nem sequer a inflação que corroeu
os salários desde 1995, data do último reajuste com aumento real. A
defasagem, segundo ele, seria de cerca de 140%. "Tudo está caminhando
para a greve."
A presidente da Adpesp, Marilda Aparecida Pinheiro, afirma que a
proposta de Alckmin é "insignificante". "Esse valor é apenas uma manobra
do governo para nos tirar da última colocação entre os salários de
delegados de todo o País, mas isso não vai resolver porque vamos
continuar entre os três piores", disse. "É decepcionante." De acordo com
Marilda, a insatisfação da categoria é tão grande que a cada 15 dias um
delegado deixa a profissão.
A categoria reivindica equiparação dos vencimentos iniciais aos de um
delegado da Polícia Federal (PF), atualmente em R$ 13.368,68. Os
delegados paulistas, de acordo com a associação, ganham R$ 5.874 em
início de carreira (inclui salário base mais adicionais). "Concordo que
dar esse aumento de uma vez só estouraria os cofres públicos, mas é
possível com uma boa programação", afirmou Melão.
Outras categorias também demonstram insatisfação quanto ao aumento
proposto pelo governo do Estado. De acordo com o coordenador da
Representação Coletiva dos Policiais Civis de São Paulo, Jarim Lopes
Roseira, a greve é uma iniciativa que deve ser evitada enquanto houver
possibilidade de negociação, mas com a "migalha" oferecida pelo governo
uma paralisação será considerada. "Foram várias reuniões com o comando
geral da corporação e secretários para no fim o governador não oferecer
algo razoável", reclamou.
Segundo Roseira, os 15% de aumento deixariam a categoria satisfeita
se fossem repetidos anualmente até 2014. O coordenador reivindica ao
menos equiparação com os salários dos agentes da Polícia Civil do
Distrito Federal, que gira em torno de R$ 3.500. Segundo Roseira, os
agentes paulistas ganham R$ 2.451,40.
Fonte: UOL Notícias / PTALESP
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