Alckmin sabe que por pouco não teve de disputar o segundo turno nas
eleições estaduais em 2010. O quadro sucessório estadual que se abre
para 2014 não lhe é nada favorável, visto que outros dois nomes podem
dividir os seus votos – Kassab (PSD) e Skaf (PMDB)-, além da
candidatura do PT.
Neste cenário, o segundo turno seria inevitável, gerando
preocupações no Palácio dos Bandeirantes. Alckmin sabe que é necessário
impor derrotas ao PT e seus aliados em 2012 no Estado de SP,
preparando-se para a dura disputa em 2014.
Por isso, as apurações de fraudes do MPE-SP, focando apenas em
cidades e regiões onde o PT e seus aliados têm potencial de
crescimento, soam como parte desta estratégia política de
enfrentamento. Principalmente quando observamos que as apurações
envolvendo o governo estadual apenas se arrastam.
A ”Máfia da Merenda”, por exemplo, apresenta um esquema de pagamento
de propinas em diversas prefeituras paulistas, tendo seu ápice nas
gestões Serra e Kassab da prefeitura de São Paulo. Januário Montone
- ex-secretário de Gestão do Serra e atual secretário de Saúde de Kassab
- é um dos supostos administradores públicos que receberam propinas.
Outro articulador deste esquema é Paulo César Ribeiro, irmão da
primeira-dama Lu Alckmin e cunhado do governador Geraldo Alckmin.
Entre as diversas empresas investigadas pelo MPE estão as do Grupo
Cepera, dos Conglomerados Camargo Corrêa e Saeng e a empresa Hydrax.
Se os indícios de corrupção são generalizados, como consta de nota
emitida pelo próprio MPE, por que o foco está direcionado apenas para
Campinas, e ainda por cima restritos ao Grupo Cepera?
Este blog defende que o combate sem tréguas à corrupção, um dos
papéis inerentes à ação do Ministério Público de SP (MPE-SP), deve ser a
regra de sua atuação, doa a quem doer, independente de partidos
políticos, em todos os níveis da administração pública.
Por: Luiz Carlos Azenha
Por: Luiz Carlos Azenha
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