Ele foi presidente da Câmara Municipal de Jales no ano de 2000 e, em 2010, voltou a ocupar a presidência do poder legislativo. O vereador Luiz Especiato (PT), com experiência de quatro mandatos consecutivos, falou do seu trabalho na Câmara, dos setores que precisam ser melhorados na cidade e, indagado sobre seus próximos projetos, afirmou que está preparado para ser prefeito de Jales nas próximas eleições. Para o entrevistado, a aprovação do governo Parini, seu colega de partido (o qual o sempre defendeu), certamente o ajudará a conquistar o concorrido cargo de Prefeito Municipal.
O que o motivou a engajar na trajetória política?
Especiato: Tudo começou depois que iniciei na Pastoral da Juventude. Criamos um grupo de militantes e começamos a estudar a política do país. Foi aí que me interessei pelo assunto e passei a disputar as eleições. A primeira que disputei foi no município de Urânia para o cargo de vereador em 1986. Não atingi o coeficiente, daí, então, vim para Jales disputar a eleição em 1993. Desde então venho disputando eleições e trabalhando no serviço público. Ah, fui também candidato a deputado estadual no meio do meu primeiro mandato de vereador. Na, época, tive dificuldades financeiras para fazer campanha, por isso não me elegi, mas fui bem votado. Na época, tive mais de oito mil votos.
E o que você tem feito como presidente da câmara?
Especiato: Como presidente, tenho procurado dar agilidade ao trabalho da câmara, trabalhado com a união dos vereadores, respeitando as posições divergentes. Tenho procurado fazer o trabalho da melhor forma possível, buscando o apoio dos vereadores para os projetos que são importantes para Jales. Acho que tenho conduzido com bastante tranquilidade, até pelo fato da experiência que adquiri ao longo desses anos. Tenho feito um trabalho com respeito a todos os membros da Câmara. Hoje, apesar de os partidos e os interesses políticos serem diferentes, estamos trabalhando com unidade e temos conseguido o apoio quase que integral de todos os componentes da câmara. Isso é fundamental para representarmos bem a cidade.
Tratando-se do relacionamento "povo e câmara", qualquer pessoa tem acesso ao seu gabinete?
Especiato: Qualquer pessoa. Como sou presidente e permaneço mais tempo na câmara, até pela função da presidência, tenho atendido bastante as pessoas. O gabinete tem que estar aberto para a população. O vereador é o agente político mais próximo do povo. A princípio, é quem a população busca primeiro para sanar o seu problema. Tenho bastante contato com o funcionalismo público. Tenho falado com a administração e intermediado muitas negociações com o poder executivo.
E quais são as principais reivindicações do povo jalesense?
Especiato: A maior preocupação das pessoas é com a saúde. Outro fator bastante importante, que as pessoas procuram muito, a câmara, é por conta da geração de empregos. Elas querem ter um trabalho, e muita gente nos procura querendo uma carta de representação. Isso é uma demanda que todos os vereadores têm.
Para o senhor, que tem contato direto com a população, o que precisa ser melhorado em Jales?
Especiato: É preciso trabalhar para melhorar muitas coisas. Uma delas é o trânsito, em virtude do número de veículos que temos nas ruas. Temos que melhorar a questão das ruas, praças e avenidas. O aspecto visual precisa de uma atenção especial. Sei que a prioridade é o asfato, mas é preciso que a gente busque um visual melhor para nossa cidade. É algo que chama a atenção e precisa ser melhorado. Há muitas coisas por fazer, mas a prefeitura tem caminhado bem no sentido de atender as nossas demandas.
Poucas pessoas marcam presença nas sessões da Câmara. O que é preciso fazer para que a população se interesse mais pelos projetos políticos da cidade?
Especiato: Hoje muitas pessoas ouvem a sessão através do rádio ou a assistem por meio da Internet. Neste período eleitoral, suspendemos as transmissões para que não ocorram crimes eleitorais, mas, após as eleições, retornarão as transmissões. Este ano, iniciamos o projeto Parlamento Jovem em que teremos a eleição de vereadores mirins que vão elaborar projetos. Eles terão uma sessão na Câmara e haverá ainda o sorteio de um notebook entre os dez vereadores. Visitei todas as escolas e estou esperando que, a partir deste projeto, haja um interesse maior da comunidade, pois, se o filho elaborar um projeto, os pais também se interessarão. É preciso conscientização. Acompanhar o trabalho dos agentes políticos é uma condição primordial, para que ele seja cada vez melhor. Além de acompanhar, a pessoa tem condições de cobrar.
O que ficou resolvido sobre o problema da desocupação dos moradores e comerciantes da área antiga da Fepasa?
Especiato: O interesse do governo federal é resolver aquele problema. Primeiro, cedendo aos antigos moradores da Fepasa gratuitamente as suas casas, para que possam fazer os documentos e ficarem tranqüilos, sem ameaças de terem que sair daquele local. Os demais que adquiriram os direitos através de um contrato de compra e venda, esses deverão participar ou de um leilão público ou de uma venda direta que o próprio patrimônio da união pode fazer a eles, já que têm preferência de compra. O problema são os comércios. Pela legislação, é proibido que se use a área da união para efeitos de comércios, só que ali estão comércios pequenos, de subsistência. Portanto, foi dado um prazo e as pessoas estão fazendo cartas de intenção de aquisições daquela área. Acredito que, até no ano que vem, vamos ter aquele problema solucionado.
O que foi solucionado sobre a investigação da CEI que apontou suspeitas de irregularidades na aplicação de verbas da Petrobras enviadas às entidades?
Especiato: Realizamos na Câmara Municipal uma Comissão Especial de Inquérito que apontou eventuais irregularidades em uma das instituições que era prestadora de serviços e isto está sendo averiguado pelo Ministério Público. A parte da Câmara foi feita, que foi investigar, convocar as pessoas e fazer um relatório. Toda a documentação foi enviada ao Ministério Público e à Prefeitura de Jales.
Foram de sua autoria os projetos que proibiram a utilização de telefones celulares, Ipod, jogos eletrônicos nas escolas municipais, como também o uso de pulseiras coloridas, alusivas ao sexo. Qual a sua opinião sobre a medida do juiz de Fernandópolis que proíbe menores nas ruas em horário escolar?
Especiato: Acho que ele tem um trabalho muito sério em Fernandópolis. O índice de violência nesta faixa etária diminuiu com as medidas que ele tomou em favor do menor. É uma medida bastante severa. Se sairmos nos finais de semana em Jales, vamos ver muitos adolescentes de 13, 14 anos nas ruas, muitos consumindo bebidas alcoólicas. Isto é um problema social que o juiz tem visto em Fernandópolis e, por isso, tem tomado estas medidas. Acho que toda medida que é bastante radical vai surtir efeito, mas também vai coibir pessoas que não praticam nenhum tipo de delito, pois a lei é para todos. É uma medida que eu respeito, mas acho que precisamos discutir melhor, principalmente orientar as famílias, pois tem que partir delas as responsabilidades dos filhos. Vejo muitos pais levando filhos de 13, 14 anos a festas e buscando quatro, cinco horas da manhã. Este é um problema que a família precisa estar atenta. A liberdade excessiva acaba sendo prejudicial aos filhos.
Aproveitando o ensejo político do país, quais as suas pretensões nas próximas eleições?
Especiato: Tenho me preparado todos estes anos para ser prefeito de Jales. Sou pré-candidato dentro do PT e isso é publico, já disse em outros meios de comunicação. Só não serei candidato se não for vontade do meu partido, se não tiver o apoio dele. Não tenho mais a intenção de ser vereador. Na Câmara, estou cumprindo minha etapa final. Aprendi muito com a Câmara, agradeço muito a população por ter me dado esta oportunidade. Hoje, conheço a cidade de Jales, conheço os problemas da administração e acho que estou preparado para governar o município. Dentro do meu partido, já coloquei meu nome à disposição, já é fato, sou pré-candidato. Obviamente podem ter outros pré - candidatos, até porque, no partido do PT, há uma democracia. Se tivermos, futuramente, dois ou três candidatos, espero um consenso em torno do meu nome. Os militantes é que vão decidir quem será o candidato. O prefeito Parini está encerrando seu segundo mandato e tenho condições de dar continuidade à administração que vem sendo feita atualmente.
Você acha que as duas gestões do prefeito Parini, seu colega de partido, pode contribuir com a sua candidatura?
Especiato: Acredito que sim. A administração tem feito um bom trabalho, é óbvio que há problemas, principalmente financeiros, mas muitas coisas foram feitas e as pessoas sabem disso, tanto é que o Parini foi reeleito. Acredito que esta administração vá contribuir com o processo eleitoral. Espero que a administração, o prefeito Parini e toda a sua equipe me apoiem nas próximas eleições. Hoje, meu nome está colocado dentro do PT e esta é uma situação irreversível.
Dentro do seu partido, além de você, outros militantes poderão disputar o poder executivo?
Especiato: Até que pode ter. Até hoje, ninguém colocou o nome à disposição, mas temos duas vereadoras, a Tatinha e a Pérola, que podem colocar seus nomes a qualquer hora no partido. Mas, hoje, o nome de mais consenso é o meu, até por conta da minha atuação política, como membro do partido, experiência de Câmara e como parceiro da administração. Fui o principal defensor da administração nas duas gestões do prefeito Parini. Acho que é até natural que eu seja o candidato do PT indicado para as próximas eleições.
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