Brasília – Os bancos ganharam mais flexibilidade para montar postos
de atendimento. O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou resolução
que acaba com limites para a instalação de dependências bancárias. De
acordo com o chefe do Departamento de Normas do Banco Central (BC),
Sérgio Odilon dos Anjos, a mudança tem como objetivo permitir a expansão
da rede de atendimento e reduzir os custos para as instituições
financeiras.
Com a mudança, os bancos passarão a instalar postos de atendimento
de acordo com a conveniência, sem a necessidade de obedecer a restrições
sobre o tipo de cliente atendido e os serviços oferecidos. Pelos
critérios anteriores, os postos de atendimento estavam classificados em
diversas modalidades – como posto de atendimento eletrônico, de
microcrédito e bancário (destinado apenas a funcionários de determinada
empresa).
Pela nova regra, os serviços nos postos poderão ser livremente
oferecidos. Os bancos poderão até montar postos exclusivos para serviços
de conveniência, sem a realização de serviços financeiros, ou instalar
postos mistos, com diversos tipos de atendimento. “Quem passará a
definir a localização e os serviços de cada posto será a concorrência”,
disse Odilon.
O CMN também permitiu que os bancos instalem postos de atendimentos
móveis, opção até agora permitida apenas às agências. Segundo o chefe de
departamento do BC, a mudança facilitará a instalação de bancos em
grandes eventos como a Rio+20, em junho na capital fluminense. “Quando o
banco achar que não vale mais a pena, é só desativar o posto“,
ressaltou.
A norma mantém as agências bancárias como principal tipo de
dependência das instituições financeiras, mas flexibilizou os serviços
que elas precisam oferecer. As agências continuam a ter de dispor
guichês de caixa e de atendimento presencial, mas não precisam fornecer
todos os serviços exigidos de um banco comercial.
Os bancos, no entanto,
serão obrigados a divulgar em local visível todos os serviços
oferecidos na dependência e, quando for o caso, informar onde podem ser
encontrados os serviços não disponíveis.
Segundo Odilon, com a disseminação dos correspondentes bancários
(lotéricas, pontos de comércio e agências dos Correios que fornecem
serviços bancários), as restrições à instalação de postos de atendimento
deixaram de fazer sentido. “Nos últimos anos, a ampliação da parcela da
população atendida pelos bancos impôs uma nova realidade e não
justificava mais a manutenção das regras antigas”, declarou.
O técnico do BC disse que a própria legislação previne que os bancos
transformem agências em postos apenas para reduzir custos e piorar a
qualidade do atendimento. “A instituição financeira terá de justificar
ao Banco Central o fechamento de uma agência. Não é um processo que pode
ser feito ao acaso”, destacou.
Por Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
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