Brasília – O Ministério da Educação (MEC) anunciou ontem (5) um plano
para ampliar a formação de médicos no país. Serão criadas 2.415 vagas,
algumas em cursos já existentes e outros em novos, tanto em
universidades públicas como em particulares. O crescimento representa
15% das vagas de medicina do país. De acordo com o ministro, Aloizio
Mercadante, parte das vagas estará disponível no segundo semestre deste
ano.
O argumento do governo é que a relação de médicos por habitantes no
Brasil é muito baixa em comparação a outros países. De acordo com o MEC,
a média brasileira é 1,8 médico por mil habitantes, enquanto no
Uruguai, por exemplo, o índice é 3,7 e na Espanha 4.
Mercadante reconheceu que o problema não é só de quantidade de médicos,
mas da distribuição dos profissionais no território. Segundo ele, o
Ministério da Saúde estuda medidas para estimular a permanência dos
médicos em cidades do interior, principalmente do Norte e Nordeste do
país.
“Não basta simplesmente uma política de interiorização das faculdades
de medicina, é preciso uma política para atrais esses profissionais para
onde há baixa disponibilidade de médicos no serviço de saúde".
Do total de vagas que serão criadas, 800 são em nove instituições
privadas e 1.615 em 27 universidades federais. A maior quantidade será
no Nordeste: 775. O Norte terá 310 vagas, o Centro-Oeste 270, o Sudeste
220 e o Sul 40.
O ministro disse que a ampliação será feita “com qualidade”. Um dos
critérios para autorizar a abertura de novas vagas foi o desempenho dos
cursos nas avaliações do MEC.
Tanto o Conselho Nacional de Educação (CNE) quanto o Conselho Nacional
de Saúde (CNS) precisam autorizar esses processos e um dos
pré-requisitos é a disponibilidade de leitos no Sistema Único de Saúde
(SUS) para que o aluno possa cumprir a parte prática do curso. De acordo
com o ministro, novas autorizações de vagas estão sob análise do CNS.
“Para cada vaga são necessários cinco leitos do SUS. O aluno tem que
ter a experiência prática médica concreta durante a faculdade”.
A meta é chegar em 2020 com uma média de 2,5 médicos por mil
habitantes. “Essas vagas [anunciadas hoje] continuam insuficientes, elas
terão que ser ampliadas. As vagas que começamos a ofertar hoje só vão
formar os primeiros profissionais daqui a seis anos e até lá existe uma
carência muito grande de médicos”.
De acordo com Mercadante, serão contratados 1,6 mil professores nas
universidaddes federais, por meio de concurso. O investimento inicial
alcançará R$ 399 milhões.
Por Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
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