Brasília – A Polícia Federal (PF) desarticulou quadrilhas que
traficavam aves silvestres e exóticas. Deflagrada hoje (2), a Operação
Estalo cumpre 62 mandados judiciais em Pernambuco, São Paulo, Mato
Grosso do Sul, Minas Gerais, no Ceará, Amazonas, em Santa Catarina,
Roraima e no Distrito Federal. Mais de 12 mil aves contrabandeadas pelas
quadrilhas foram apreendidas em rodovias e aeroportos do país.
As investigações foram iniciadas há mais de um ano, após a
constatação de que aves vindas do Equador, Peru e da Venezuela estavam
sendo contrabandeadas por criadores de canários. De acordo com a PF,
esses criadores obtiveram “grandes quantias em dinheiro nas chamadas
rinhas”.
Adquiridas nesses países por cerca de R$ 12, as aves eram vendidas
no mercado clandestino brasileiro por preços a partir de R$ 130. Nas
rinhas, os pássaros eram avaliados de acordo com a habilidade
apresentada. Alguns chegavam a valer R$ 100 mil. As apostas chegavam a
R$ 50 mil.
A PF informou, em nota, que, como estratégia para promover uma
“pseudolegalização” ou “lavagem” do animal, documentos do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)
eram falsificados ou adulterados e que boletins de ocorrência policial
eram usados para justificar a comercialização irregular das aves.
Pelo menos oito dos envolvidos tinham cadastro no Ibama. Alguns
chegaram a ser multados pelo órgão, em valores superiores a R$ 30
milhões, por irregularidades como transporte clandestino, comércio
ilícito e manutenção em cativeiro. Um policial civil facilitava a
entrada das aves no país.
Na lista de crimes cometidos pelos envolvidos estão corrupção ativa,
contrabando, receptação, formação de quadrilha, falsificação de selo
público, inserção de dados falsos em sistema de informações, além de
inúmeros crimes ambientais, cujas penas, somadas, podem chegar a 50 anos
de reclusão.
Por Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
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