quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Comerciante de Votuporanga pode pegar 30 anos por morte de bebê


O comerciante Braw Michael Verde, 25 anos, foi oficialmente denunciado à Justiça pelo Ministério Público (MP) de Votuporanga por homicídio duplamente qualificado contra Ana Clara da Silva Lagoin, de dez meses de idade, e duas tentativas de homicídios contra a avó e um primo da criança. Os crimes ocorreram por volta das 20 horas do dia 10 de dezembro de 2011, no bairro Palmeiras. Com a denúncia, ele deve ser julgado pelo Tribunal do Júri Popular e pode pegar 30 anos de prisão.

O MP qualificou o crime como covarde, brutal e odioso. O bebê foi atingido por um tiro no peito e morreu instantaneamente. Já Aparecida Benta dos Santos, 68, e um adolescente de 15 anos, levaram tiros de raspão.

A morte da criança e a violência empregada no crime repercutiram em toda a região. Segundo a denúncia do MP, as provas policiais e periciais indicam que o acusado invadiu o quintal da casa das vítimas e disparou pelo menos quatro tiros de revólver pela janela da sala da casa dos fundos. Ana Clara foi atingida em cheio por uma das balas.
“...agindo dolosa e covardemente impelido por motivo insignificante e mesquinho, muniu-se de arma de fogo e dirigiu-se até a casa de Aparecida Benta dos Santos, sendo que, de maneira totalmente inesperada e abrupta, agindo de surpresa, estando do lado de fora do imóvel, junto ao vitrô da sala, posicionou a arma junto à cortina e, demonstrando fenomenal desprezo e ódio pela vida de seus semelhantes, efetuou quatro disparos na direção de Aparecida, a qual estava sentada no sofá segurando no colo o bebê...”, escreveu o promotor Marcus Vinícius Seabra, que atuou na primeira fase processual.

De acordo com o promotor, o acusado agiu para se vingar de Aparecida Benta, supostamente autora de denúncia de perturbação de sossego, já que Verde é dono de um bar vizinho da casa e deixava o som de seu veículo em volume alto. A juíza Daniela Camberlingo Querubim recebeu a denúncia e manteve a prisão preventiva do acusado.

Outro lado
O comerciante está preso desde a data do crime em Andradina. Ele teve de ser transferido do Centro de Detenção Provisória de Rio Preto por motivo de segurança. O advogado Romualdo Castelhone repassou a segunda etapa da defesa a Marcos Antônio Gianezi.

“A princípio vamos questionar a denúncia e formular a íntegra da defesa nos próximos dias”, disse Gianezi. Além de atacar as qualificadoras de crime hediondo, o advogado questiona a autoria do crime atribuída a Verde.

O recurso com pedido de liminar para soltura do comerciante chegou ao Tribunal de Justiça ontem. Já o mérito do processo é apreciado pelo juiz Antônio Carlos Francisco e pelo promotor Kleber Murakawa, da 5ª Vara da Comarca.

Fonte: José Luiz Lançoni
Foto: Diário Web
Reprodução: MaisInterativa

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