Brasília – A redução de mortes provocadas pela gripe no ano passado na
comparação com 2010 e também a diminuição de casos de pessoas
contaminadas pelo vírus Influenza no mesmo período podem ter
contribuído para que a campanha de vacinação deste ano não tenha
conseguido alcançar a meta estipulada pelo governo de imunizar 80% do
público-alvo. A avaliação é do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que
esteve hoje (24) na Câmara dos Deputados.
Dados atualizados até a manhã desta quinta-feira, quando foi anunciada a
prorrogação da campanha por mais uma semana, 15,8 milhões de pessoas
tinham sido vacinadas, o que representa apenas 52,4% do público-alvo.
Devem ser imunizadas pessoas com idade a partir de 60 anos, as grávidas,
independentemente do momento da gestação, as crianças de 6 meses a 2
anos e todos os profissionais de saúde, seja da rede pública ou privada.
“Tivemos a pandemia em 2009 e 2010, que chamou a atenção, sobretudo no
ano de 2009. Naquele momento, tivemos um volume bastante importante de
pessoas vacinadas. Conseguimos reduzir muito os óbitos no ano passado
por conta das vacinas e porque o ministério tomou a decisão de
distribuir os remédios contra gripe, o Tamiflu. Às vezes, isso reduz a
sensibilidade da sociedade sobre o risco da gripe”, argumentou Padilha.
“Por isso, estamos querendo reforçar que a vacina é segura e que
proporcionou a redução de 66% dos óbitos pela gripe no ano de 2011
comparado a 2010. Ou seja, vacinar protege as pessoas não só da gripe,
mas do risco do óbito que pode ocorrer por conta da gripe”, enfatizou o
ministro.
Segundo Padilha, a ampliação do púbico-alvo a ser imunizado também pode
ter contribuído para a meta ainda não ter sido atingida. “Como
ampliamos os grupos de vacinação, seguindo as recomendações da
Organização Mundial da Saúde, de vacinar as gestantes, as crianças de 6
meses a 2 anos e todos os profissionais de saúde, achamos que ter mais
uma semana para reforçar e mobilizar também nesses grupos possa fazer
com que o Brasil atinja a meta de cobertura que queremos para nos
proteger neste inverno e melhorar a redução de óbitos e casos graves que
tivemos em 2011”, justificou.
Como as gestantes foram as que menos se vacinaram dentre aqueles que
compõem o público-alvo, o ministro ressaltou que a vacina deve e pode
ser tomada pelas grávidas porque é segura. “Eu mesmo tomei no dia 5 de
maio, como todo profissional de saúde. É uma vacina feita da proteína do
vírus, não é um vírus inativo. Quem não pode tomar são aqueles que têm
alergia à proteína do ovo. As pessoas que estejam tomando algum remédio
que possa reduzir a defesa do corpo devem consultar o seu médico”,
aconselhou.
Padilha fez um apelo para que os órgãos de saúde municipais e estaduais
se mobilizem para ampliar o número de imunizações. Para isso, o
ministro sugeriu, inclusive, a vacinação em casa, principalmente dos
mais idosos.
Por Ivan Richard e Iolando Lourenço
Repórteres da Agência Brasil
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