A Polícia Civil entrega ao Ministério Público de São Paulo,
nesta terça-feira (29), o inquérito sobre o confronto entre as torcidas
do Corinthians e do Palmeiras, ocorrido na avenida Inajar de Souza,
região de Santana, na zona norte de São Paulo no dia 25 de março.
No confronto, os torcedores da Mancha Alvi Verde André Alves Lezo, 21
anos, e Guilherme Vinicius Jovanelli Moreira, 19 anos, morreram.
De acordo com o titular da Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e
Delitos de Intolerância), Arlindo Negrão, o inquérito já acumula mais de
2.000 páginas e deve ser finalizado até quarta-feira (30). Segundo o
delegado, a opção de encaminhar uma cópia ao MP, mesmo antes da
conclusão foi para que a promotoria consiga analisar os pedidos de
prisão feitos por ele.
Negrão solicitou a prisão preventiva do presidente da Gaviões da
Fiel, Antônio Alan Souza Silva, conhecido como Donizete. Ele estava
preso temporariamente desde o último dia 10, quando se entregou à
polícia, e foi solto na noite desta segunda-feira (28) graças a um
habeas corpus concedido pela Justiça.
Em entrevista ao R7, o delegado disse que pediu também a
prisão preventiva de outros sete envolvidos na briga entre torcidas,
incluindo, os quatro considerados foragidos. Entre eles, o
vice-presidente da Gaviões da Fiel, Wagner da Costa.
— Pedi [a prisão] para os que já estão presos e para o Donizete. Pedi
para os foragidos também. Com a prisão preventiva, o denunciado fica à
disposição da Justiça até o julgamento.
Na avaliação do advogado de Donizete, Ricardo Cabral, não há provas
no inquérito que indiquem a participação de Donizete no crime.
— Ele foi preso por efetivamente saber da briga e não comunicar às
autoridades para que fosse impedida. Ontem [segunda-feira, 28], ele
vestiu uma camisa dizendo que Deus é justo. A partir do momento em que
ele decidiu se entregar na delegacia, sempre teve a convicção de que
estava sendo preso por ser presidente da Gaviões da Fiel. Acredito que o
delegado tinha que dar uma resposta à sociedade, e nada melhor do que a
prisão do presidente da torcida para dar essa resposta de imediato.
O titular da Decradi rebateas afirmações do defensor. Para ele, o presidente da Gaviões da Fiel tem “sua parcela de culpa”.
— Donizete alega que não estava na briga. O que estamos apurando, na
verdade, são os mentores. Ele podia não estar lá, ele pode não ser a
pessoa que deu a paulada na cabeça do palmeirense que faleceu. O que
estamos apurando é algo maior. Houve compra de rojões, aluguel de
ônibus, aluguel de uma casa onde a torcida se reuniu antes do confronto,
onde houve, inclusive, pessoas falando que iriam pegar o Lezo. O
dinheiro para tudo isso saiu dos cofres da Gaviões. É impossível o
presidente não saber de nada.
Habeas corpus.
Se tiver a prisão preventiva negada, Donizete aguardará em liberdade
até o julgamento do habeas corpus, o que, segundo o advogado Ricardo
Cabral, deve acontecer entre 50 e 70 dias.
— Se a liminar que foi concedida for confirmada por mais dois
desembargadores, ele permanecerá em liberdade durante todo o processo. A
possibilidade de ele ser preso novamente existe, porém é remota.
O presidente da Gaviões da Fiel foi indiciado pelos crimes de homicídio, lesão corporal e formação de quadrilha.
Relembre o caso:
Fonte: R7.COM
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