Brasília – O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu ontem (22) que irá
divulgar, nominalmente, salários e vantagens recebidos pelos ministros e
os servidores da Corte. Unânime, a decisão foi tomada em reunião
administrativa para atender à Lei de Acesso à Informação, que entrou em
vigor na última quarta-feira (16).
Os ministros decidiram abrir todas as informações sobre a folha de
pagamento do Tribunal para manter a coerência com uma decisão tomada
pela Corte em um julgamento ocorrido em 2009. Na época, eles decidiram
divulgar o salário e os nomes dos servidores municipais de São Paulo,
mantendo sigilo apenas em relação ao endereço.
A decisão sobre São Paulo é provisória e pode ser revista a qualquer
momento, mas, enquanto isso, os ministros optaram por manter a mesma
solução para a Suprema Corte. Eles também consideraram que a divulgação
terá “coerência política” com o modelo adotado no Executivo, que decidiu
divulgar as folhas de pagamento de seus servidores sem cortes.
Quando o assunto foi trazido à reunião, os ministros Ricardo
Lewandowski e Celso de Mello se mostraram apreensivos com a divulgação
integral dos dados, pois, segundo eles, isso poderia colocar a segurança
dos servidores em risco. Eles chegaram a propor que os vencimentos
publicados fossem associados apenas às matrículas, com a possibilidade
de obter os nomes a partir de requisição dirigida à secretaria do STF.
Ambos, no entanto, aderiram à maioria quando o placar a favor da
liberação total de dados se formou.
A decisão vale apenas para o STF e não será estendida a todos os
tribunais neste primeiro momento. Segundo o presidente do STF, Carlos
Ayres Britto, os tribunais têm autonomia para decidir como irão proceder
sobre o tema. “Ainda estamos articulando um regulamento único para
servir para todo o Judiciário, mas há um outro caminho, que é cada
tribunal decidir que medida adotar”, explicou.
Por Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
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