Brasília – O candidato da Colômbia à presidência do Banco Mundial
(Bird), José Antonio Ocampo, elogiou a política de controle de capitais e
o pacote de estímulo à indústria adotados pelo Brasil. Ele se reuniu na
tarde de ontem (12) com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para
angariar apoio na disputa pelo comando da instituição financeira.
Para Ocampo, a política econômica brasileira está no rumo certo. “O
câmbio [moeda norte-americana] estaria muito mais baixo não fossem as
medidas para regular a entrada de capitais externos”, declarou. Ele
disse que a taxação da entrada de capitais especulativos estrangeiros é
necessária para enxugar o excesso de recursos que migraram para os
países emergentes após o agravamento da crise econômica global.
Em relação às medidas de impulso à indústria, o colombiano
considerou apropriadas as reduções de impostos e a ampliação dos
financiamentos oficiais para estimular o setor industrial e promover a
inovação. “Tenho muita simpatia à política industrial que o governo
brasileiro montou porque este é, sem dúvida, o governo latino-americano
que recuperou o papel central da política industrial”, disse.
Apresentando-se como o candidato da mudança, Ocampo cobrou o
compromisso dos países emergentes de lançar candidaturas alternativas ao
comando das principais instituições multilaterais do mundo. “Represento
um movimento para lançar candidaturas de países em desenvolvimento. Por
isso, estou nessa disputa. Não me candidataria se não tivessem me
designado, e o Brasil é um dos agentes mais importantes nesse processo”,
ressaltou.
Apesar do encontro, o candidato não saiu com o apoio oficial do
governo brasileiro. A escolha do novo presidente do Bird está prevista
para ocorrer na próxima segunda-feira (16). Ex-ministro da Fazenda da
Colômbia, Ocampo é professor na Escola de Assuntos Internacionais e
Públicos da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos.
Além de Ocampo, disputam a presidência do Bird o sul-coreano
naturalizado norte-americano, Jim Yong Kim, apoiado pelo presidente
Barack Obama, e a ministra das Finanças da Nigéria, Ngozi Okonjo-Iweala.
Ocampo teve a candidatura patrocinada por países latino-americanos que
dividem com o Brasil uma cadeira no Banco Mundial, mas ainda não obteve
apoio oficial do governo brasileiro.
Desde a criação do Banco Mundial e do FMI, em 1944, a Europa e os
Estados Unidos dividem o comando das duas instituições. O Fundo fica sob
o comando de um europeu, enquanto o Banco Mundial é presidido por um
norte-americano. No ano passado, a América Latina lançou a candidatura
do mexicano Agustín Carstens para o cargo do diretor gerente do FMI, mas
a vencedora foi a francesa Christine Lagarde.
Por Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Faça seu comentário nesta postagem!