Brasília – Pela quarta vez seguida, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reduziu a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual. Por unanimidade, os juros básicos da economia passaram de 11% para 10,5% ao ano, sem viés – sem possibilidade de revisão da taxa até a próxima reunião, no início de março.
"O Copom entende que, ao tempestivamente, mitigar os efeitos vindos de
um ambiente global mais restritivo, um ajuste moderado do nível da taxa
básica é consistente com o cenário de convergência da inflação para a
meta em 2012", destacou o colegiado em comunicado.
No começo de 2011, o colegiado de diretores do BC tinha retomado o
processo de aperto monetário como forma de combater o aumento da
inflação. O Copom elevou a Selic por cinco reuniões seguidas até atingir
o pico de 12,5% ao ano, em 20 de julho. No período, o aumento acumulado
foi 1,75 ponto percentual.
A partir do segundo semestre do ano passado, no entanto, o comitê
entendeu que era hora de afrouxar a política monetária, uma vez que a
deterioração da economia externa – notadamente na Europa e nos Estados
Unidos – contribuía para a redução de pressões inflacionárias no mercado
interno. Mesmo contra críticos do mercado financeiro, e até de dentro
do próprio BC, o Copom aprovou, por 5 a 2, a primeira redução no fim de
agosto.
A diminuição da Selic está em linha com as expectativas do mercado. De
acordo com o boletim Focus, levantamento com instituições financeiras
divulgado toda semana pelo BC, a maioria dos analistas projetava corte
de 0,5 ponto percentual. Pela pesquisa, o mercado prevê mais reduções
nos próximos meses e projeta que os juros básicos encerrem 2012 em torno
de 9,5% ao ano.
A redução da taxa Selic ajuda a estimular a atividade econômica, à
medida que barateia o crédito e estimula o consumo. Os juros mais baixos
também melhoram as contas do governo ao reduzirem os custos da dívida
pública. A taxa menor afeta ainda o câmbio e estimula as exportações ao
conter a entrada de dólares e diminuir a queda do valor da moeda
norte-americana.
Por Wellton Máximo - Agência Brasil
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