Rio de Janeiro - O mercado cinematográfico brasileiro ficou muito aquecido no ano passado, de acordo com os dados do Informe Anual de Acompanhamento de Mercado de 2011,
divulgado pela Agência Nacional do Cinema (Ancine). O número de
ingressos vendidos nas bilheterias dos cinemas foi recorde na última
década, totalizando 143,9 milhões de bilhetes, com geração de renda
bruta de R$ 1,44 bilhão. Sete filmes nacionais bateram a marca de 1
milhão de ingressos vendidos.
“Isso faz do mercado brasileiro um dos mais importantes do mundo em
salas de cinema, o que aumenta a importância do país para a circulação e
a exploração de filmes”, disse à Agência Brasil o presidente da Ancine, Manoel Rangel.
No ano passado, 99 filmes brasileiros foram exibidos nas salas de
cinema do país. “Esse número é três vezes maior do que a quantidade de
filmes brasileiros veiculados nas salas de cinema em 2003”, informou
Rangel. Esclareceu que o número chegou bem próximo da meta estabelecida
pelo governo federal em 2003, que era atingir um patamar de produção e
lançamento de 100 filmes brasileiros por ano.
Outro dado relevante, segundo o presidente da Ancine, é que 66% da
renda obtida com os filmes brasileiros (R$ 163,27 milhões) foram gerados
por distribuidoras brasileiras. Rangel lembrou que, desde 2006, o
governo federal tem investido no fortalecimento das empresas nacionais
de distribuição, estimulando-as a trabalhar com filmes brasileiros. “O
país ganha quando empresas brasileiras de distribuição aderem com força
ao processo de produção e distribuição de filmes brasileiros”.
Por essa razão, ele considera que 2011 foi um ano muito positivo. O
cinema brasileiro teve a terceira maior bilheteria dos últimos dez anos.
Na comparação de 2011 com 2002, verifica-se a expansão de 304% na venda
de ingressos para filmes nacionais e de 50,8% na renda gerada pelos
filmes brasileiros.
Ainda no comparativo da última década, os ingressos totais subiram
171,51% e a renda bruta 144,79%. O informe mostra que houve incremento
de 160,53% na quantidade de ingressos de filmes estrangeiros vendidos
nas bilheterias de cinemas no Brasil entre 2002 e 2011 e crescimento de
71,36% na renda de filmes internacionais.
Em 2011, foram vendidos cerca de 17,9 milhões de ingressos para filmes
brasileiros. Manoel Rangel explicou que no ano anterior, a venda recorde
de 25,6 milhões de bilhetes para produções nacionais resultou de um
fenômeno de bilheteria, o filme Tropa de Elite 2. Sozinho, o
filme do diretor José Padilha levou aos cinemas de todo o país 11,4
milhões de pagantes. No ano passado, sete filmes nacionais ultrapassaram
a marca de um milhão de espectadores.
De acordo com o Informe Anual de Acompanhamento de Mercado de 2011,
que consolida os dados de mercado no período de 31 de dezembro de 2010 a
05 de janeiro de 2012, três filmes brasileiros ficaram entre as 20
maiores bilheterias do ano passado. São eles De Pernas para o Ar, com 3,09 milhões de espectadores pagantes, Cilada.Com (2,99 milhões), e Bruna Surfistinha (2,16 milhões de ingressos vendidos).
Os números reforçam, para Rangel, a importância da política do governo
para o setor do audiovisual, que prevê incentivos fiscais à produção
nacional. "Ela [a política do audiovisual] é decisiva para que a gente
possa ter condições de um bom desempenho para o cinema brasileiro”.
Citou como exemplo o filme De Pernas para o Ar, que teve quase
70% do orçamento financiados com recursos do Fundo Setorial do
Audiovisual, que garantiram a finalização e o lançamento dentro do prazo
previsto. “Esse é o objetivo da política pública”.
Por Alana Gandra - Agência Brasil
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