Nesta quinta-feira (22 de março), data em que se comemora o Dia
Internacional da Água, o Estado de São Paulo não tem nada a comemorar na
relação direta entre poluição dos rios e tratamento de esgoto. Isto
porque dados do relatório Situação dos Recursos Hídricos do Estado de
São Paulo, divulgado pela Secretaria de Estado de Saneamento e Recursos
Hídricos apontam que ainda existem regiões paulistas onde apenas 4% do
esgoto recebe tratamento e todo o resto dos dejetos cai nos rios. As
informações mais recentes são do ano de 2009 e evidenciam as
desigualdades nos índices de coleta e de tratamento dos dejetos nas
diferentes regiões paulistas.
Caso o porcentual médio continue a avançar no ritmo de dez pontos
porcentuais a cada cinco anos, São Paulo levará mais 25 anos para ter
100% do esgoto tratado.
A Bacia Hidrográfica da Serra da Mantiqueira é a que tem o menor índice
de tratamento: 96% do esgoto gerado por seus 64,3 mil habitantes não é
tratado antes de ser despejado nos rios. A região é composta por três
cidades, todas importantes polos turísticos: Campos de Jordão, Santo
Antônio do Pinhal e São Bento do Sapucaí.
A região da Serra da Mantiqueira é também uma das piores quando o
assunto é a destinação de detritos - apenas 15,2% dos resíduos
domésticos são dispostos em aterros adequados, o que contribui para a
contaminação dos lençóis freáticos, mostra o relatório do governo.
Em segundo e terceiro lugares estão outros polos turísticos: a Baixada
Santista, com 1,6 milhão de habitantes e 9% de tratamento de esgoto, e a
bacia do litoral norte, onde moram 275 mil pessoas e o índice de
tratamento é de 34%. Números como esses chamam ainda mais a atenção se
comparados com o maior exemplo positivo, a Bacia de São José dos
Dourados, no oeste paulista, onde 97% do esgoto gerado pelos 223 mil
habitantes é tratado.
Para o membro do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), Carlos
Bocuhy, o investimento em saneamento ainda é baixo se comparado com
outras áreas, como a de transportes. "Investem naquilo em que há mais
visibilidade. É só comparar o quanto se investe na construção de
estradas para automóveis, o que é poluente", afirmou o especialista.
Água permanece imprópria em 66% das praias paulistas
A qualidade da água em 66% das praias paulistas permaneceu imprópria
durante todo o ano de 2009, de acordo com dados do governo do Estado,
por causa da emissão de esgoto no mar. Apesar do mau resultado, a
qualidade das águas era ainda pior em 2008, quando 77% das praias eram
impróprias. O levantamento é feito com base no monitoramento da
densidade de bactérias fecais presentes na água.
A Baixada Santista foi a responsável por parte da melhora nas
estatísticas da balneabilidade das praias do litoral paulista. Em 2008,
as águas de todas as praias da região eram consideradas impróprias. No
ano seguinte, 18% passaram a ser consideradas próprias. O litoral sul,
no entanto, não teve nenhuma melhora no mesmo período.
A situação foi mais positiva no litoral norte. De acordo com a
Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos, 20% das praias dessa
região apresentaram melhora na qualidade da água.
*com informações do jornal O Estado de S. Paulo
Por Imprensa Ptalesp
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