Rio de Janeiro - Homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope)
começaram a ocupar, na madrugada de hoje (27), o Complexo do Alemão, na
zona norte do Rio de Janeiro. A iniciativa faz parte do cronograma de
substituição das tropas do Exército, que ocupam a região desde novembro
de 2010, em preparação para a instalação de unidades de Polícia
Pacificadora (UPPs) na localidade.
De acordo com nota divulgada pelo Comando Militar do Leste, a transição
será de forma gradativa, começando pelas comunidades da Fazendinha e
Nova Brasília até chegar ao Complexo da Penha.
O diretor do Instituto Raízes em Movimento, Alan Brum, questiona a
necessidade de varreduras na área. Segundo ele, os moradores das favelas
estão apreensivos e temem possíveis violações de direitos. A
organização não governamental atua no Alemão há mais de dez anos.
“Se o Exército já está aqui há tanto tempo, nosso questionamento é
sobre a necessidade de uma varredura pelo Bope. Os locais mais
problemáticos em relação à violência já estão mapeados e são de
conhecimento público. Todos aqui estão muito apreensivos e há tensão por
parte dos moradores”, afirmou.
Nas últimas semanas, o Exército mudou a tática de atuação no Alemão e
reforçou as revistas em todos os acessos às favelas da localidade. De
acordo com o coronel Fernando Fantazzini, relações públicas da Força de
Pacificação, a nova estratégia, no entanto, não estava relacionada à
entrada do Bope, mas apenas a uma alteração rotineira para dar mais
efetividade às ações.
“Não podemos atuar sempre da mesma forma. Temos que mudar as
estratégias para garantir sempre a efetividade e a segurança das nossas
ações”, explicou o policial militar.
Ele garantiu também que não houve aumento no número de homens que
ocupam o conjunto de favelas, atualmente em 1,6 mil, e disse que a nova
tática não trouxe prejuízo ao patrulhamento no interior das comunidades
para coibir o comércio de drogas.
Moradores confirmaram que foram intensificadas as revistas nas entradas
e saídas das favelas, mas sem registro de agressividade ou abusos de
militares do Exército.
Por Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
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