Rio de Janeiro – O Brasil enviou ao Haiti 1,5 milhão de doses de vacina
contra a poliomielite, que serão utilizadas na campanha de imunização
do país caribenho, marcada para começar em 21 de abril. O objetivo,
segundo o representante do Ministério da Saúde no Comitê Gestor do
Projeto Saúde Brasil-Haiti, Carlos Felipe D’Oliveira, é apoiar o esforço
haitiano para imunizar 2,5 milhões de crianças com até 10 anos de
idade.
O ministério doou, ao todo, 4 milhões de doses, que incluem também
vacinas como a BCG, contra formas graves de tuberculose; DPT, contra
difteria, tétano e coqueluche; e DT, que protege contra difteria e
tétano. Essas vacinas abastecerão o programa rotineiro de imunização.
Para a aquisição das doses, produzidas por fábricas brasileiras, entre
elas a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), estão sendo investidos US$ 1,4
milhão. “O Haiti é o país das Américas com menor cobertura vacinal e
teve seus programas bastante prejudicados após o terremoto [que o país
sofreu em janeiro de 2010]. Consideramos esta uma atividade prioritária,
que faz parte do acordo que o Brasil assinou com o Haiti, em março de
2010, logo após o terremoto. Na época, o Congresso Nacional aprovou um
crédito extraordinário de cerca de US$ 70 milhões em ajuda ao país”,
disse D’Oliveira.
Ele acrescentou que, além das vacinas, o apoio do Brasil envolve a
compra de 500 caixas térmicas, três caminhões e gás propano, para
manutenção dos refrigeradores. O governo brasileiro também vai enviar
técnicos envolvidos na organização e gestão da campanha nacional de
vacinação para auxiliar nas ações da mobilização haitiana, coordenadas
por autoridades locais.
O representante do Ministério da Saúde ressaltou que o processo de
reconstrução do país está sendo feito de forma “muito lenta” e que a
nação ainda depende muito da ajuda internacional.
“A oferta de empregos ainda é muito pequena e a assistência pública
ainda está muito deficiente, o que faz com que as pessoas tenham que
utilizar recursos privados para financiar sua saúde. Isso, em uma
população empobrecida, tem um impacto muito grande”, disse,
acrescentando que os casos de cólera, malária, tuberculose e aids ainda
preocupam muito as autoridades locais.
O terremoto que atingiu o Haiti em 12 de janeiro de 2010 deixou mais de
200 mil mortos, cerca de 860 desaparecidos e mais de 310 mil feridos.
Por Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
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