Brasília – A economia de recursos para pagar os juros da dívida pública
somou R$ 5,375 bilhões em fevereiro, o melhor resultado da história
para o mês. Os números foram divulgados há pouco pelo Tesouro Nacional,
que apresentou o superávit primário do Governo Central (Tesouro,
Previdência Social e Banco Central) no mês passado.
No acumulado de 2012, o superávit primário soma R$ 26,299 bilhões,
montante 57% maior que os R$ 16,737 bilhões registrados em janeiro e
fevereiro do ano passado. Em janeiro, o esforço fiscal do Governo
Central somou R$ 20,924 bilhões, mas o resultado tinha sido inflado pela
antecipação no recolhimento do Imposto de Renda e da Contribuição
Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) das empresas.
Em vez de pagarem até março, quando acaba o prazo, os empresários
resolveram quitar os tributos em janeiro. Em fevereiro, a arrecadação de
tributos não teve o mesmo desempenho do mês anterior, mas a receita do
Tesouro foi puxada pelo recebimento de R$ 4,961 bilhões em dividendos,
parte de lucro de empresas estatais repassada ao Tesouro.
No primeiro bimestre, as receitas líquidas do Governo Central cresceram
15,8%, ante aumento de 17,7% no mesmo período do ano passado. As
despesas, no entanto, apresentaram desaceleração maior, crescendo 9,5%
em janeiro e fevereiro. Nos dois primeiros meses de 2011, a expansão dos
gastos havia sido 15,8%.
As despesas de custeio (manutenção da máquina pública) aumentaram 3,3%,
contra expansão de 15,4% no primeiro bimestre do ano passado. Os gastos
com o funcionalismo também reduziram o ritmo de expansão no acumulado
do ano – 4,5% contra 10,9% em janeiro e fevereiro de 2011. A maior
desaceleração, no entanto, foi verificada nos investimentos federais,
que cresceram 2,5% em janeiro e fevereiro, contra 73,4% no mesmo período
de 2011.
Nos dois primeiros meses de 2012, os investimentos federais somaram R$
9,622 bilhões, contra R$ 9,384 bilhões em janeiro e fevereiro de 2011. O
valor, no entanto, inclui os gastos com o Programa Minha Casa, Minha
Vida, que totalizaram R$ 2,5 bilhões até fevereiro.
Até o fim do ano passado, as despesas com o programa habitacional eram
classificadas como custeio porque o dinheiro não efetivamente gasto na
construção de moradias era aplicado em subsídios para financiamentos
habitacionais. Neste ano, porém, o Tesouro Nacional incluiu esse
montante nos investimentos federais.
Apesar de os investimentos estarem relativamente estáveis em relação ao
ano passado, os gastos com o Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC) estão se expandindo em ritmo bem maior. De acordo com o Tesouro, a
execução do PAC somou R$ 4,1 bilhões até fevereiro, montante 19,1%
maior que os R$ 3,5 bilhões registrados no mesmo período de 2011.
Por Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
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