Brasília - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo
Lewandovski, autorizou a quebra do sigilo bancário do senador Demóstenes
Torres (DEM-GO) para investigar sua relação com o empresário Carlos
Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. A quebra do sigilo foi um dos
pedidos encaminhados ao STF pelo procurador-geral da República, Roberto
Gurgel, na última terça-feira (27), recomendando a abertura de inquérito
contra o senador.
De acordo com Lewandowski, que é o relator do processo, a quebra de
sigilo abrangerá um período de dois anos. O ministro também informou
que, em um primeiro momento, esse inquérito se refere apenas a
Demóstenes: a inclusão de outros investigados dependerá do resultado das
apurações.
O relator pediu mais detalhes a Gurgel sobre a intenção de
desmembrar o inquérito em três partes: a primeira para investigar
Demóstenes, a segunda para apurar condutas de outros parlamentares
envolvidos, e uma terceira para as pessoas que não têm prerrogativa de
foro, cujos casos serão enviados para a Justiça Federal em Goiás.
Segundo Lewandowski, os objetivos do Ministério Público com a medida não
ficaram claros.
Lewandoswski considera prematuro ouvir Demóstenes neste momento, já
que as provas ainda estão sendo colhidas pelo Ministério Público e o
senador ainda não saberá exatamente do que tem que se defender. Ele
também negou o acesso automático do MPF a dados financeiros de
Demóstenes e dos outros envolvidos.
O ministro determinou, ainda, que o presidente do Senado, José
Sarney, informe a relação de emendas ao Orçamento da União apresentadas
por Torres, mas não especificou o período abrangido da elaboração de
emendas. Ele negou pedido do DEM, dos senadores Randolfe Rodrigues
(PSOL-AP) e Pedro Taques (PDT-MT) e de jornalistas para ter acesso aos
documentos que integram o inquérito.
Por Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
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