Brasília – A Agência Nacional de Águas (ANA) decidiu instalar em mais
sete estados salas de Situação, centros destinados ao monitoramento de
rios e ao acompanhamento do volume de chuvas. O Acre, a Paraíba, o
Piauí, Roraima e Sergipe já receberam os kits para esses
centros, que incluem projetores, televisores, telefones celulares,
computadores e impressora. A Bahia e o Rio Grande do Norte ainda estão
aguardando os equipamentos. A previsão é que, até o final de abril,
todas as sete novas salas de situação estejam em funcionamento. A ideia é
avaliar com antecedência as regiões em que podem ocorrer cheias ou
secas, evitando perdas humanas e prejuízos econômicos.
“Fizemos um trabalho, com os estados, de levantamento de áreas críticas
em função das últimas ocorrências no Nordeste, e essa região foi
priorizada. Então estamos 'fechando' o Nordeste e alguns estados do
Norte, além de Santa Catarina”, explicou Eduardo Boghossian, engenheiro
da ANA.
Por enquanto, as novas instalações vão trabalhar com informações
transmitidas pelas 400 estações telemétricas que já estão em
funcionamento, distribuídas em todo o território nacional. A partir do
ano que vem, mais 184 novas estações que foram definidas como
prioritárias pelos estados passam a compor a rede de monitoramento.
“Trabalhamos com dois tipos de estações: as que transmitem através de
sinal de celular, que podem transmitir de 15 em 15 minutos ou até de
hora em hora, e as estações via satélite, que transmitem de hora em
hora. Todas as informações chegam, em segundos, às salas de Situação”,
garantiu Boghossian. Os dados também são disponibilizados na página da ANA na internet.
O investimento para instalação de uma estação via satélite chega a R$
35 mil, enquanto a estação via celular custa em torno de R$ 15 mil. O
problema é que nem todas as regiões são abrangidas pelo sinal das
antenas de celulares. Em algumas áreas rurais, por exemplo, as
informações só podem ser transmitidas por satélites. Com esse custo, o
investimento total em uma rede de monitoramento, incluindo desde as
estações até a Sala de Situação, pode ultrapassar a cifra de R$ 1
milhão. “Tem estados onde a rede vai custar mais, por necessitar mais
estações. Alguns estados, por exemplo, têm 26 estações projetadas. Não
existe ideal do número de estações, depende da quantidade de rios e
pontos críticos”, explicou o técnico da ANA.
A inundação de rios que devastou grande parte dos estados de Alagoas e
Pernambuco em 2010 motivou, entre outras ações, a criação de uma rede de
monitoramento de rios e chuvas. A ANA definiu parâmetros para colocar
em prática a avaliação permanente das áreas críticas nas regiões. Foram
montados duas salas de Situação, em cada estado.
Segundo Eduardo Boghossian, o órgão regulador forneceu equipamentos,
acompanhou a implantação dos núcleos, e treinou técnicos que são
mantidos pelos governos estaduais. Ele explicou que em cada Sala de
Situação trabalham, pelo menos, três profissionais: um meteorologista,
um hidrólogo, que acompanha o nível dos rios, e um profissional da
Defesa Civil. “Os dois primeiros olham a possibilidade de ocorrência de
evento critico e, quando identificam a possibilidade de problema,
acionam a Defesa Civil [estadual], que aciona o município”, disse
Boghossian.
Até o final do ano, a agência espera instalar centros de monitoramento em Goiás, no Pará e no Maranhão.
Por Carolina Gonçalves
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
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