Brasília - O ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho,
disse sexta-feira (16/03) que o governo estuda a criação de uma secretaria para
tratar de políticas relacionadas ao idoso. De acordo com o ministro, a
Secretaria Nacional do Idoso, como deverá ser chamada, inicialmente, não
terá status de ministério.
“Dentro de dois meses um grupo vai se reunir e tudo indica que vamos
ter a possibilidade concreta de anunciar a criação da secretaria nesse
período”, disse, logo após reunião com as centrais sindicais para
discutir o fim do fator previdenciário e o aumento para os aposentados
que ganham mais de um salário mínimo.
Segundo Garibaldi, a criação de uma secretaria para tratar de
políticas públicas para idosos é uma reivindicação antiga dos
sindicatos. “Há algum tempo vem se reivindicando uma secretaria do
idoso, a exemplo de outras secretarias que foram criadas. O fato de uma
discussão como essa [sobre o fim do fator previdenciário e aumento de
aposentadoria para quem ganha acima do salário mínimo] às vezes não
avançar como desejamos é pela falta de uma secretaria que pudesse dar
mais objetividade à discussão”, avaliou.
O ministro disse que não foi possível estabelecer uma nova proposta
para o fim do fator previdenciário. “O que ficou claro é que o governo,
com essa crise internacional que persiste, não vai ter condições
imediatas de atender ao aumento real para os que ganham acima do mínimo e
atender também a um calendário para a finalização do fator
previdenciário nem uma conclusão para a substituição ao fator.”
Garibaldi destacou que o reajuste para os aposentados que ganham
acima do mínimo deve ficar para o próximo ano e que o governo pretende
discutir com as centrais uma política de valorização das aposentadorias
como foi feito com o salário mínimo.
O presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, João Inocentini,
disse que o fim do fator previdenciário é o cenário ideal, mas que as
fórmulas (mecanismos mais simples para calcular a aposentadoria) já
apresentadas pelas centrais podem voltar a ser discutidas.
“Nós colocamos essas fórmulas na mesa e para nós já havia algum
entendimento sobre isso com o governo. O bom mesmo era o fim do fator,
mas a fórmula era melhor do que o fator. O governo recuou e não deu
sequência. Queremos abrir a discussão porque entendemos que essa fórmula
poderia resolver e criar um impacto menor nas aposentadorias”, disse.
Parte das centrais defende a fórmula 85/95, que soma a idade do
trabalhador e o tempo de contribuição. Para as mulheres essa soma seria
85 e para os homens, 95. Quem atingisse esse número teria direito à
aposentadoria integral. Há ainda centrais, como a Força Sindical, que
defendem a aposentadoria integral ao trabalhador cuja soma da idade e do
tempo de contribuição resultar em 80 (mulher) e 90 (homem).
Por Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
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