Rio de Janeiro – A companhia petrolífera Chevron continua impedida
de explorar petróleo no Brasil, disse ontem (13) a nova diretora-geral da
Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP),
Magda Chambriard. Ela informou que a empresa não atendeu aos requisitos
referentes à segurança e às medidas tomadas após o derramamento de óleo,
ocorrido em novembro do ano passado, no Campo de Frade, na Bacia de
Campos. Segundo a diretora-geral da ANP, o relatório sobre o acidente
está concluído e deve ser divulgado em breve, com o valor da autuação.
“O operador tem que ser capaz de identificar as causas do acidente e
apresentar à ANP as medidas a serem tomadas para mitigar o acidente e
evitar que ele se repita. Hoje, o material que temos da Chevron não
permite concluir que ela está apta a não deixar isso [o vazamento] se
repetir. Ela não foi capaz de provar que essas causas estão bem
identificadas e de garantir que o risco de que elas se repitam seja
praticamente nulo.” A Chevron foi procurada pela reportagem, por meio de
sua assessoria, mas até o momento da publicação desta matéria ainda não
havia se pronunciado sobre o assunto.
Magda Chambriard também falou sobre as possibilidades de novas
descobertas de gás natural em oito estados brasileiros que formam a
chamada Bacia Sedimentar do Paraná, que se estende do Rio Grande do Sul
até Mato Grosso do Sul, em uma área de 1,3 milhão de quilômetros
quadrados. “As nossas bacias interiores têm mais tendência para gás”,
disse, destacando que também há depósitos de gás na Bacia dos Parecis,
em Mato Grosso, com quase 400 mil quilômetros quadrados. “Eu sou muito
entusiasmada. O potencial parece ser muito grande”, declarou.
A nova diretora-geral da ANP comentou ainda o papel da agência na
fiscalização da qualidade dos combustíveis vendidos nos 35 mil postos
espalhados pelo Brasil. Segundo ela, não é possível cobrir com
funcionários da ANP toda essa rede e a solução passa pelo o que chamou
de “fiscalização inteligente”, por meio de acordos com outras entidades
que também fazem controle de qualidade de combustíveis, além da troca de
informação entre diversos órgãos, aliada às denúncias de
irregularidades. Um reforço na fiscalização deverá vir por meio de
concurso público planejado pela ANP, que poderá ocorrer ainda este ano,
para a contratação de 152 funcionários.
Por Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil

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