Brasília – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, avaliou ontem (13), em
audiência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, que 2012
será um ano de desafios para a economia brasileira. Em sua apresentação,
ele destacou que a crise internacional persiste e não foi solucionada,
mas, mesmo assim, o Brasil tem condições de continuar enfrentando as
turbulências, pois tem adotado medidas para enfrentar as condições
adversas da economia.
“Foi complicado em 2011. Tivemos que enfrentar a inflação e a crise.
Mas o crescimento da economia [2,7% em 2011] foi satisfatório e se deu
com a elevação do nível do emprego. Nesse quesito, a população está
sendo bem atendida”, disse. Para o ministro, ante a crise, o Brasil
continua sendo um dos poucos países com o privilégio de crescer gerando
empregos e elevando a massa salarial.
O ministro defendeu a política fiscal do governo com o controle dos
gastos públicos e a manutenção da meta fiscal acima de 3% do Produto
Interno Bruto (PIB) como forma de enfrentar a crise. Mantega assegurou
ainda o compromisso do governo em controlar a inflação e de manter a
taxa básica de juros, a Selic, em apenas um dígito. “O Brasil caminha
para ter taxa de juros em patamares que poderemos dizer, assim, normais,
de um dígito”, disse.
Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco
Central (BC) acelerou o ritmo de redução da Selic em 0,75 ponto
percentual. A taxa baixou de 10,5% para 9,75% ao ano, diferentemente do
que esperava a maioria dos analistas financeiros. Amanhã, serão
conhecidos os motivos que levaram o Banco Central a acelerar a queda dos
juros, quando será divulgada a ata da reunião do comitê em que se
reduziu a taxa.
Respondendo à pergunta do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) sobre denúncias
de irregularidades na Casa da Moeda, Mantega disse que uma sindicância
foi aberta para esclarecer a situação. Segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo,
publicada no final de janeiro, o então presidente da Casa da Moeda,
Luiz Felipe Denucci, transferiu US$ 25 milhões para duas empresas no
exterior registradas em nome dele e da filha. “Desafio alguém mostrar
uma denúncia formal que não tenha sido investigada, e uma sindicância
está em curso no Ministério da Fazenda”.
Mantega também descartou qualquer tipo de conflito entre a direção do
Banco do Brasil e a Previ, o Fundo de Pensão dos Servidores do Banco do
Brasil. Segundo ele, o fato não passa de “fofocas”. “É uma tempestade em
copo da água. São instituições sólidas. As equipes são sólidas e com
lucros elevados. A equipe é eficiente. Apareceram fofocas de gente
disputando cargos”, disse.
Por Daniel Lima e Stênio Ribeiro
Repórteres da Agência Brasil
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