Brasília – O Ministério da Educação (MEC) encaminhou pedido de
explicações à Universidade Paulista (Unip) após receber denúncia enviada
por outra instituição de ensino superior de que haveria irregularidades
nas notas da Unip no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes
(Enade).
A prova, aplicada anualmente a universitários, avalia a qualidade do
ensino oferecido por faculdades, centros universitários e universidades
de todo o país. Os números são muito utilizados pelas instituições em
material publicitário para atrair novos alunos e, em caso de baixo
desempenho, elas podem sofrer punições do MEC, como suspensão de vagas.
De acordo com reportagem publicada ontem (2) na versão online do jornal O Estado de S. Paulo,
a denúncia encaminhada ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais (Inep) pela instituição de ensino concorrente é que a Unip
estaria escolhendo apenas os melhores alunos de cada curso para fazer a
prova. Assim ela melhora a sua nota final.
O MEC confirmou que o caso chegou ao Inep que comunicou o ministro
Aloizio Mercadante e imediatamente foi enviado ofício à Unip para que
sejam prestados esclarecimentos. A instituição tem o prazo de dez dias
para responder ao ministério.
A Unip tem sede em São Paulo e 27 campi, inclusive em outros estados. A
vice-reitora da instituição, Marília Ancona, negou qualquer manobra ou
irregularidade na participação dos alunos no Enade. Segundo ela, os bons
resultados alcançados pela Unip nos últimos anos “eram esperados” e são
resultado de um trabalho iniciado em 2008 com a implantação de uma
comissão de avaliação.
Ela disse que a universidade investiu na preparação dos alunos para o
Enade, após diagnosticar que as provas aplicadas internamente para
avaliar o desempenho dos estudantes tinham modelo muito diferente do
exame do Inep. “Investimos fortemente em material didático, fizemos
palestras motivacionais para explicar ao aluno a importância do Enade.
Nosso desempenho vem melhorando continuamente fruto de um trabalho
intenso feito por pessoas extremamente qualificadas. Mas alguns
concorrentes não gostam”.
De acordo com a professora, todas as informações serão encaminhadas ao
MEC assim que a instituição receber o ofício encaminhado pelo governo.
Por Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Faça seu comentário nesta postagem!